Medina dá show em Pipeline e Pupo entra no G-22 do WCT – Por João Carvalho/ASP South America

dezembro 9, 2013, 9:10 am

compartilhe
compartilhe

Gabriel Medina fez o maior placar do Billabong Pipe Masters no domingo e Miguel Pupo derrotou Alejo Muniz e já passa a defender vaga para o WCT 2014

Um cenário perfeito no Havaí no domingo ensolarado de praia lotada para abrir o Billabong Pipe Masters em tubos de 6-8 pés com séries maiores principalmente nas direitas do Backdoor. Mas, foi nas esquerdas de Banzai Pipeline que Gabriel Medina fez o recorde de 18,67 pontos, somando a nota 9,67 de um tubaço que surfou, com a 9,00 do tubo seguido por um aéreo alley-oop muito alto que acertou para sacramentar a vitória sobre o havaiano Bruce Irons. Miguel Pupo também se classificou para enfrentar os principais cabeças de chave na terceira fase. Ele venceu o duelo brasileiro com Alejo Muniz e já ganhou do norte-americano Brett Simpson a última vaga nos top-22 que são mantidos no WCT para o ano que vem.

O primeiro dia do prazo da etapa que fecha o ASP World Tour 2013 e a Tríplice Coroa Havaiana até 20 de dezembro, amanheceu com as direitas do Backdoor apresentando condições clássicas. Foi lá que Alejo Muniz pegou o primeiro tubaço do domingo na vitória sobre o havaiano Marcus Hickman com nota 9,33 na melhor onda que surfou no terceiro duelo da primeira fase. As esquerdas de Pipeline demoraram para aparecer, mas foi nelas que Gabriel Medina atingiu imbatíveis 18,67 pontos no segundo duelo da segunda fase contra o havaiano Bruce Irons, que tinha vencido o carioca Raoni Monteiro na rodada inicial.

Foto por Kirstin Scholtz / ASP

Gabriel Medina – Foto por Kirstin Scholtz / ASP

Medina pegou dois tubos incríveis e no melhor deles recebeu 9,67, com o outro valendo nota 8,00. Depois, o fenômeno saiu de outro tubo profundo e mandou um aéreo alley-oop full-rotation sem as mãos na prancha muito alto que arrancou nota 9,00 dos juízes. Na outra bateria que estava na água no sistema “Dual Heats Format” utilizado no Billabong Pipe Masters, o havaiano Sebastian Zietz logo bateu um dos recordes de Gabriel Medina ao arrancar a primeira nota 10 em um tubo espetacular no Backdoor, porém ninguém ultrapassou os 18,67 pontos do brasileiro.

“Acho que tive um pouco de sorte”, minimizou o fenômeno Gabriel Medina. “Eu consegui três tubos realmente muito bons e ainda fiz aquele aéreo no final, então foi uma boa bateria e fico feliz por isso. Eu fiquei vendo os caras sempre conseguindo grandes ondas no Backdoor, mas acabei encontrando essas esquerdas em Pipeline muito boas para vencer. Foi legal competir contra o Bruce (Irons), que eu sempre assisti surfar e para mim foi como um sonho se tornando realidade”.

Gabriel Medina -  Foto por Kirstin Scholtz / ASP

Gabriel Medina – Foto por Kirstin Scholtz / ASP

Ainda rolaram mais duas baterias com boas ondas principalmente no Backdoor, até o vento apertar e afetar diretamente na condição do mar. A bateria brasileira da segunda fase foi uma das mais fracas do dia, acontecendo numa hora ruim com longas calmarias e as ondas que entravam fechavam rapidamente. Alejo Muniz ainda foi em várias que não abriram, enquanto Miguel Pupo aguardou por quase 35 minutos para pegar um tubaço no Backdoor que surgiu quando faltavam 5 minutos. Alejo Muniz ainda surfou uma esquerda em Pipeline, mas a nota 8,77 do Miguel decidiu a vitória por 9,70 a 4,27 pontos sobre o catarinense.

O mar já estava complicado antes da bateria verde-amarela no maior palco do ASP World Tour, quando o australiano Yadin Nicol derrotou o sul-africano Travis Logie também por um baixo placar de 7,34 a 4,40 pontos e o havaiano Dusty Payne ganhou um confronto direto por vaga no WCT 2014 do norte-americano Brett Simpson por 9,00 a 7,24 pontos. Com a passagem de Miguel Pupo para a terceira fase, Simpson caiu para a zona do rebaixamento no ranking principal, mas o californiano passou a utilizar a sua vaga no G-10 do ASP World Ranking que ainda é ameaçada. Quem saiu mesmo dos top-32 para o WCT 2014 foi Mitchel Coleborn, que ocupava o último lugar no ranking de acesso.

BRASIL NO WCT 2014 – Com isso, o australiano que venceu o ASP Prime Quiksilver Saquarema Prime apresentado pela Coca-Cola em Saquarema (RJ), tirou de Willian Cardoso a condição de substituto número 1 para a primeira ausência de um top-34 no ano que vem. Ele agora só será chamado para participar das etapas quando faltarem dois integrantes da elite do ASP Tour. Mas, Santa Catarina continua representada entre os melhores surfistas do mundo por Alejo Muniz, já garantido para defender o Brasil junto com os paulistas Adriano de Souza, Gabriel Medina e Filipe Toledo, o carioca Raoni Monteiro e o potiguar Jadson André.

Alejo Muniz - Foto por Kirstin Scholtz / ASP

Alejo Muniz – Foto por Kirstin Scholtz / ASP

Novidade da seleção brasileira na elite do WCT 2014, Jadson André competiu no Billabong Pipe Masters e estreou com vitória sobre Olamana Eleogram, um dos convidados havaianos que entraram na primeira fase na única etapa do ASP World Tour com 48 participantes. Depois, não achou as ondas contra o australiano Bede Durbidge, quando o mar já não apresentava as condições clássicas da manhã por causa do vento já afetando a qualidade das ondas em Pipeline e Backdoor. Depois de um ano fora, Jadson volta a defender o Brasil em todas as etapas na próxima temporada.

Jadson André - Foto por Kirstin Scholtz / ASP

Jadson André – Foto por Kirstin Scholtz / ASP

Miguel Pupo pode ser o sétimo componente do time verde-amarelo em 2014. Ele já entrou na zona de classificação, mas para garantir de vez o seu nome precisa passar mais uma bateria em Pipeline, contra o australiano Josh Kerr no sétimo confronto da terceira fase. O 22.o lugar que passou a ocupar nos top-22 que ficam no WCT, ainda é ameaçado por quatro surfistas, os australianos Adam Melling e Yadin Nicol, o americano Patrick Gudauskas e o havaiano Dusty Payne. No entanto, se passar para a quarta fase, Pupo já garante sua vaga ou pelos top-22 do WCT ou pelos dez indicados pelo ASP World Ranking.

 Sebastian Zietz - Foto por Kirstin Scholtz / ASP

Sebastian Zietz – Foto por Kirstin Scholtz / ASP

Além de Miguel Pupo, dois brasileiros também vão competir na terceira fase do Billabong Pipe Masters nesta segunda-feira em Banzai Pipeline, logo contra os dois últimos vencedores da Tríplice Coroa Havaiana. Gabriel Medina enfrenta o campeão de 2011 que estreia na quinta bateria, John John Florence, enquanto Adriano de Souza faz sua primeira apresentação no campeonato contra o defensor do título, Sebastian Zietz, que no domingo ganhou a única nota 10 no melhor tubo do primeiro dia em Backdoor.

TÍTULO MUNDIAL – A batalha final pelo título mundial da temporada 2013 também começa na terceira rodada do Billabong Pipe Masters, pois a qualquer tropeço de Kelly Slater será confirmado o tricampeonato do australiano Mick Fanning. Para conquistar o seu 12.o caneco de melhor do mundo no ASP World Tour, Slater necessita obrigatoriamente da vitória em Pipeline, mas Fanning garante o primeiro lugar no ranking se passar das quartas de final.

O líder Mick Fanning estreia contra o havaiano Kaimana Jaquias logo depois do confronto de Gabriel Medina com John John Florence, com os quatro se encontrando no mar no sistema de duas baterias disputadas simultaneamente do Pipe Masters. Já Kelly Slater faz o nono duelo da segunda-feira com o australiano Mitch Crews, uma das novidades no WCT 2014, com os dois dividindo o line-up com Adriano de Souza e Sebastian Zietz da bateria anterior.

Por João Carvalho/ASP South America

Comentários

Deixe um comentário