Confira a cobertura do primeiro show da volta do Viper na capital paulista – por Heverton Souza

julho 12, 2012, 2:56 am

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VIPER
Via Marquês – SP/SP
01/07/2012
Texto e Fotos: Heverton Souza

A noite de domingo, dia 01 de julho de 2012, já pode ser incluída na história da cena Metal paulistana. Parece exagero colocar desta forma, mas o primeiro show na capital paulista da tour “To Live Again”, da banda Viper foi mesmo memorável aos que estiveram presentes e ficará marcado na história da banda, pois o mesmo foi filmado para um DVD. Além disso, a casa de shows Via Marquês tem capacidade para mais de 2 mil pessoas e o show estava simplesmente “sold out”, ou seja, casa lotada com todos os ingressos vendidos. Trata-se de números que não são mais usais sequer para bandas internacionais de mesmo porte do Viper, então é algo louvável o que a banda conseguiu neste dia.

Viper em SP: Andre Matos

Obviamente que com tudo isso, o show não poderia ser menos especial e não o foi. Na verdade, foram mais de duas horas de apresentação da banda tocando com membros de formações clássicas como Andre Matos (vocais) e Guilherme Martin (bateria), ao lado de Felipe Machado (guitarra), Pit Passarell (baixo) e Hugo Mariutti, como guitarrista convidado para o posto de Yves Passarel, guitarrista do Capital Inicial que fez parte da primeira formação do Viper. Isso tudo executando na integra os álbuns Soldiers of Sunrise, que está completando 25 anos,Theatre of Fate, além de alguns “bônus”.

 

Cerca de uma hora antes do horário marcado para a apresentação (20h), era de se encher os olhos a fila formada aos arredores da casa com pessoas de diferentes gerações de headbangers, boa parte destes trajando camisetas da banda. Já dentro da casa era fácil se deparar com diversos nomes do cenário Metal paulistano como membros da banda Nervosa, Threat, além de Vitor Rodrigues (ex-Torture Squad) ou Ricardo Batalha, redator-chefe da revista Roadie Crew, maior publicação brasileira voltada ao estilo. Alguns mais apreensivos, mas todos muito ansiosos pelo que estaria por vir.

Soldiers of Sunrise
Com uma hora de atraso, muito provavelmente para permitir a entrada de todo o público, às 21h a equipe do site Wikimetal – um dos apoiadores desta volta da banda, veio ao palco falar sobre o show, a gravação do DVD e claro, instigar o público que a esta hora já estava ensandecido.

Viper em SP: Felipe Machado

Eis que durante a intro, Guilherme Martin, Felipe Machado, Pit Passarell e Hugo Mariutti foram assumindo seus postos até que deram início a “Knights of Destruction “ – faixa de abertura do álbum Soldiers of Sunrise, de 1987, até que Andre Matos entrou em palco e colocou sua voz aguda para trabalhar. E se alguém sentiu alguma frieza inicial, ela acabou já em “Nightmares” quando Andre puxou o coro e todos responderam com o “Oooh Oooh” original da música. Arrepiante! Não menos intenso foi fazer parte do coro de “The Whipper”.

 

É impressionante como as composições de Soldiers of Sunrise soaram atuais, mas sem perder seus feelings originais. “Wings of the Evil” e “Signs of the Night” com seus fortes refrãos só aumentaram a histeria do publico e são exemplos de porque o Viper é um dos precursores do Heavy Metal Melódico que no fim dos anos 80 e começo dos anos 90 era um estilo muito forte e inspirado, mas hoje não passa de um som plástico e sem vida, salvo raríssimas exceções.

A instrumental “Killera (Princess Of Hell)” e ‘speed’ “Law of the Sword”, mostraram o quão coeza está essa formação, : Hugo mantendo-se mais discreto – afinal ele nunca fez parte do Viper até então, mas preciso em suas execuções, Guilherme sentando o braço sem dó em seu kit e sem firulas, Andre cantando as músicas com interpretações mais próximas possível das originais, mesmo com toda a técnica e alcance que adquiriu ao decorrer de sua carreira e Felipe Machado sempre o mais compenetrado e executando riffs e solos como se fossem as últimas notas de sua vida. Faltou alguém? Claro que sim! Estamos falando de Pit Passarell e ele é mesmo um caso a parte. Era notável nos rostos dos músicos que ele era o maior motivo para esta reunião e o ‘rebel maniac’ não conseguia esconder a felicidade por estar vivendo aquele momento, expressasse isso sorrindo a todo tempo, chamando o público, dançando (!!!?) ou, obviamente, tocando baixo. O show era desse punk que é um verdadeiro herói da música nacional e que deveria ser reverenciado.

Viper em SP: Pit Passarell

Voltando à apresentação… Andre apresentou “H.R”, questionou ao público se eles sabiam o significado da sigla “H.R” (Heavy Rock), lembrou que esta música tem um pé no Punk Rock e pediu para que a pista fizesse uma roda “civilizada”. Foi vaiado pelo adjetivo, mas atendido. E assim terminou a primeira parte do show.

 

Durante o intervalo o público pôde conferir um vídeo de pouco mais de dez minutos com depoimentos dos músicos e de ex-músicos da banda, além de imagens antigas e histórias clássicas/hilárias.

Theatre of Fate
Finalizado o vídeo, a tivemos intro “Illusions” e a banda voltou executando o álbum Theatre of Fate, de cara com “At Least a Chance”, emendando com a nervosa “To Live Again”, faixa que deu nome à esta turnê de reunião da banda. A frase de guitarra de “A Cry From the Edge” executada por Felipe, chamou o público a cantar a melodia da música em mais um momento emocionante.

Era chegada a hora do clássico mor da banda: “Living for the Night” e para a execução desta foi chamado Yves Passarel para completar o time e o que se viu sobre o palco foi um clima de amizade contagiante que tomou a casa e formou um coral de 2 mil pessoas num dos pontos altos do show. Andre passa o microfone para Pit que expressou a felicidade de estar com seu irmão ao lado, apresentou toda a banda e em seguida foi apresentado por Andre, mas se atreveu a começar uma das estrofes da música e logo foi cortado, numa brincadeira do vocalista.

Viper em SP: Hugo Mariutti, Andre Matos, Pit Passarell, Yves Passarel e Felipe Machado

A sequência veio com a faixa “Theatre of Fate”, a balada “Moonlight”, com Andre tocando um teclado para reproduzir o piano da faixa original e, mudando um pouco a ordem original do álbum, “Prelude to Oblivion”, encerrando a execução do álbum de 1989. A banda deixou o palco mais uma vez, mas o show não parou por aqui…

 

O Bis
A banda voltou em poucos minutos com Pit ameaçando cantar “Evolution”, mas deixando todos na vontade. Tocaram então faixas da era Pit nos vocais como “Crime” e “The Spreading Soul”, Em seguida era a vez de “Rebel Maniac” maior hit desta fase anos 90 da banda e que teve seu refrão cantado em peso pelos presentes. Infelizmente todas aqui foram cantadas por Andre e não pelo baixista. Digo isso porque por mais técnico que seja o vocalista, aquela energia mais agressiva da voz grave de Pit nunca será alcançada por ele, mas isso não significa que tenha sido um momento ruim do show, porque simplesmente não houve momento ruim. O encerramento se deu com o clássico cover de We Will Rock You (Queen).

Não há uma só pessoa que esteve presente nesta noite que saiu dela insatisfeita. A banda abordou os principais momentos de sua carreira com os seus músicos mais relevantes e tudo de maneira muito espontânea, longe de uma possível burocracia avarenta, pois o clima ali era mesmo de uma reunião de família. A nós, meros primos destes celebres irmãos, só resta torcer para que esta volta vá além de uma tour de celebração, mas se tiver de ser apenas isso, posso garantir que todos que a presenciarem levarão uma doce lembrança para o resto de suas vidas.

Viper em SP: Andre Matos

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